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Marlowa P. Marin: Onde a Arte Encontra a Vida

Foto: Rodrigo Grau e Everton Milani

Ilustradora e artista plástica, Marlowa P. Marin transforma a vida em cores que comunicam a beleza contida pelos pequenos detalhes.

Movida pela arte, Marlowa Pompermeyer Marin manifesta narrativas pautadas pelo amor. Membro da Sociedade de Ilustradores Brasileiros, a artista plástica usa das cores para traduzir vivências e emoções.

Natural de Caçador (SC), Marlowa é a mais velha entre quatro irmãs. Cercada pela arte desde a infância, a artista foi inspirada pela mãe e pela tia-avó, que partilhavam a paixão pela pintura. “Ouvi muito que isso era hobby, e não profissão, mas mesmo assim escolhi isso para a minha vida. Busquei saber mais de arte em Curitiba, onde entrei no Instituto de Artes Plásticas do PR. Entrei no Instituto para estudar especificamente artes, e abri a mão do diploma [universitário] para isso.”, compartilha.

Visivelmente apaixonada pelo ofício, a ilustradora casou-se aos 24 anos e, logo após, mudou-se para Chapecó. “Já sentíamos que Chapecó era uma terra fértil. Eu já desejava atuar como artista e achei que esse era um bom começo.”, conta. Há 28 anos na cidade, Marlowa teve dois filhos chapecoenses – Gustavo (20) e Enrique (14). Em seu ateliê, repleto de cores e aquarelas, a artista partilhou um pouco do amor pelo município: “Desde o início a cidade me remeteu a uma energia muito boa, muito ligada ao fazer, ao construir. A cidade é muito bem planejada, e na época em que cheguei já era um circuito de salões catarinenses e nacionais. Isso já está sendo colhido no presente, pois estamos vendo essa cidade frutificar, multiplicar – é algo com o qual me identifico desde pequena, querer dar frutos!”.

Marlowa P. Marin

Foto: Rodrigo Grau e Everton Milani

Adepta à aquarela, Marlowa visa a difusão da técnica, ainda pouco apreciada no Brasil. Este objetivo fundiu-se à oportunidade de tornar-se ilustradora, que a conduziu para além dos quadros: “Foi aí que ilustrei meu primeiro livro infantil, e vieram outros dois. Neste período tentei entrar na Sociedade de Ilustradores Brasileiros (SIB), mas recebi um não. Apesar de tudo, persisti em meu objetivo. No quarto livro, fui aprovada! Entrar na SIB me permitiu participar de convenções de ilustração em São Paulo, Rio de Janeiro, China… Foi uma grande vitória.”, relata. Essencial à carreira profissional da artista, a persistência permeia memórias compartilhadas: “Minha trajetória é muito assim – não ouvir os nãos, não desistir e continuar a fazer nosso trabalho. É um comprometimento com amor ao trabalho, e coisas incríveis acontecem com quem está fazendo algo com amor.”

Lúdica e singular, a arte produzida pela ilustradora é movida pela beleza substancial do cotidiano: “Quero transmitir a essência pura que cada um traz dentro de si, que ainda não foi corrompida pelas decepções, pelas disputas, pelo tempo caótico que o mundo tem vivido.”, aponta. Além de telas e ilustrações, Marlowa cria itens como louças, cadernos e bonecas: “Busco, na minha arte, compreender aquilo que não posso ver com os olhos físicos. Se uma pessoa olha para o meu trabalho e sente algo bom, já vale a pena buscar ser artista.”.

Para Marlowa, ser artista contempla a união entre pessoalidades e ofício: “Eu acho que já não sei mais o que é ser artista separado da vida – da Marlowa mãe, amiga, profissional. Ser artista é um respirar tudo isso o tempo todo.”, frisa. Sensível e compassiva acerca do que comtempla as dificuldades do dia-a-dia, a ilustradora manifesta coragem: “Ser artista é uma necessidade. Creio que existe uma vozinha que diz que é se corromper fazer outra coisa. Esse comprometimento está relacionado à persistência e ao amor.”, sublinha.

Vinculada à força e gratidão associadas ao próprio histórico profissional, a artista valoriza, primordialmente, os sentimentos atrelados a cada nova obra: “A emoção que você pode passar ao entregar um trabalho é muito marcante. Quero que meu trabalho reverbere nas almas sensíveis.”. Diagnosticada com câncer de mama em 2017, Marlowa encontrou na luta contra a doença a força, leveza e resistência conectadas a muitos de seus trabalhos: “Essa experiência me fez muito maior, muito mais forte – como o artista tem que ser forte, veio também para isso. Há beleza na dor, no sofrimento, principalmente quando ele pode ensinar algo.”, recorda.

Guiada por sonhos e perspectivas positivistas acerca do futuro, Marlowa compartilha um de seus maiores desejos: “A minha maior aspiração é trabalhar até bem velhinha. Se eu puder me manter pintando meus quadros, as telas, as aquarelas, os desenhos, ilustrando boas histórias, ilustrando ou criando produtos que deixem o dia a dia das pessoas mais divertido, é isso que eu quero continuar fazendo. Eu quero ter muito campo de atuação, pintar muito, até que essa matéria toda termine. Não quero nunca parar.”, finaliza.

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  • Date outubro 19, 2020
  • Tags 2ª Edição - Campanha Seus Valores nos Inspiram

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